A freguesia do Carvalhal integra o concelho da Meda desde 19 de Dezembro de 1872, depois de ter feito parte do concelho de Marialva (até 1852) e depois do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Está situado a pouca distância de Marialva e do Rabaçal, nascendo nas suas proximidades a Ribeira de Marialva.
População: 134 Habitantes
Distância à sede de Concelho: 11 Kms
Área: 1.162 Ha
Orago: Srª dos Prazeres
História
Carvalhal deve o seu nome à existência das antigas e frondosas matas de carvalhos, que emolduravam a povoação.
Pensa-se, com muito boa razão, que dos campos do Carvalhal saiu muita madeira para a construção das naus da gesta dos Descobrimentos Portugueses. Na opinião do Prof. Dr. Adriano Vasco Rodrigues, a matéria-prima para essa grande tarefa nacional não proveio dos pinhais de Leiria, por a madeira de pinho não servir para o mar. E depois também porque a estoupa e o linho, igualmente precisos para a construção dos barcos, eram produzidos nas terras vizinhas destas.
Pensa-se, com muito boa razão, que dos campos do Carvalhal saiu muita madeira para a construção das naus da gesta dos Descobrimentos Portugueses. Na opinião do Prof. Dr. Adriano Vasco Rodrigues, a matéria-prima para essa grande tarefa nacional não proveio dos pinhais de Leiria, por a madeira de pinho não servir para o mar. E depois também porque a estoupa e o linho, igualmente precisos para a construção dos barcos, eram produzidos nas terras vizinhas destas.
Segundo o censo de 1527 o Carvalhal tinha então apenas 8 moradores. Porém, nos finais do século XVII tinha já 160 fogos e 640 almas. Nos finais do século XVIII tinha 70 fogos e 162 almas. verdade é que, num intervalo de 250 anos, a população desta localidade multiplicou-se por 80, o que quer dizer que as riquezas locais se somaram então ao desenvolvimento económico geral verificado nesse período. Mas a curva demográfica não continuou a crescer desse modo, e tanto assim que, em 20 anos apenas, de 1960 a 1981, o Carvalhal, sacudido pela tremenda emigração que afectou o País, perdia precisamente 50% da sua população.
Voltando à história, diga-se que foi precisamente no século XVII que se iniciou a construção da sua elegante Igreja Matriz, cuja capela mór encanta quem a visita, pela agradável exuberância do seu retábulo, de estilo nacional, em talha dourada, que emprega seis colunas torsas adornadas com figuras simbólicas - meninos, cachos de uvas e parras e pássaros (representando a fénix - símbolo de imortalidade), tendo a encimá-las arcos concêntricos.
Pode ver-se neste templo um belíssimo tecto adornado em caixotões, com 35 painéis onde figura diversa iconografia do santoral, à semelhança do que pode ser apreciado na Igreja Matriz de S. Bento da Meda. Diga-se, entretanto, que esta belíssima colecção de painéis proveio do extinto e hoje quase ignorado Convento dos Vilares ou de Nossa Senhora dos Remédios, de frades terceiros franciscanos, que se situa a meio caminho entre Marialva, Valflor e Carvalhal. Segundo o que rezam as "crónicas", quando as ordens religiosas foram extintas e os conventos ficaram nas mãos do Estado, em 1834, as populações de Marialva e Valflor foram ao Convento de Vilares e dali retiraram o que lhes veio à mão. Os habitantes do Carvalhal, ao ver o saque do Convento dos Franciscanos, resolveram salvar os quadros e adaptá-los à sua igreja matriz. Segundo o Dr. Jorge de Lima Saraiva, "além dos painéis, trouxeram um Cristo do século XIII, vestido de saial e corroado de majestade com os pés cravados separadamente".
É igualmente dos finais do século XVII a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, que se encontra datada de 1670, ano em que também no Carvalhal se construiu um coreto, sinal evidente que a sua população era então considerável e as suas festas já exigiam uma infra-estrutura como esta.
Nos finais do século XVIII, D. Joaquim de Azevedo, capelão da Casa Real e Abade de Cedovim, dava notícias do Carvalhal, situado num vale à vista de Marialva e Paipenela, e nelas dizia que a localidade possuía uma igreja dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, dentro do povo, tendo o Santíssimo Sacramento no alta mór; os altares colaterais dedicavam-se à Senhora do Rosário e ao senhor Crucificado, sendo curato com apresentação pelo reitor de "Vale de Ladrões" (actualmente Valflor), e tendo juiz da vintena, sujeito ao juiz de Marialva, enquanto dois regatos de inverno faziam moer alguns moínhos e um lagar de azeite.
A população do Carvalhal tornou-se conhecida na região pelas suas festas e tradições, das quais se destacavam as "contradanças" que levava a efeito na altura do Carnaval.
Hoje o Carvalhal é uma freguesia dotada de infra-estruturas básicas, que permitem uma qualidade de vida bastante razoável aos seus moradores, não obstante as dificuldades próprias da interioridade, como sejam a falta de acessos aos meios do litoral, onde é possível resolver melhor os problemas de saúde, de educação e de trabalho, por cujas razões a sua juventude se não prende ao torrão natal.
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